quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sem Teologia não tem Louvor



Há um tempo atrás passei por uma pequena crise interior para relacionar teologia e música/louvor. Em meio as falácias musicais gospels atuais e a falta de uma doutrina sobre o louvor tinha dificuldades para entender melhor o assunto. Mas depois de um período me dedicando ao estudo desse assunto pude compreender melhor sobre o louvor, seu lugar na igreja, e sua importância. E quando vi um vídeo do Rev. Augustus Nicodemus pude entender de forma ainda mais clara sobre isso.
            E a pergunta é: Qual é base do louvor?

“O teu perdão e teu amor, Senhor, são tão grandes como os céus. A tua fidelidade vai mesmo até além das altas nuvens. A tua justiça é sólida como as grandes montanhas. As tuas decisões são tão cheias de sabedoria como os oceanos que também estão cheios de água.”  Salmo 36.5-6a

            Vejamos este trecho do cap. 36 de salmos. Mas ao invés de analisarmos o que ele diz sobre o Eterno vamos tentar perceber o que ele nos diz sobre seu autor. É incrível a forma como o salmista, Davi, descreve o Eterno nesse salmo. O autor compara o caráter de Yahweh às coisas grandiosas da natureza. E a natureza na bíblia era vista como algo bem mais divino e superior do que hoje. Por isso Davi descreve o caráter dEle como sendo comparável às coisas divinas da natureza que com certeza não se podiam mensurar na sua época. Prestemos atenção no conceito que o salmista tinha do seu Senhor e a forma como ele expressa isso. Só alguém que conheceu o perdão, a fidelidade, a justiça e a sabedoria do Eterno de forma profunda poderia descrevê-los de forma tão viva e profunda como fez Davi ao expressar sua teologia em forma de louvor.
            O livro de Salmos foi um dos últimos livros do Antigo Testamento a ficar pronto porque ele revela todo um conhecimento teológico que Israel tinha de Yahweh, um conhecimento que foi sendo formado ao longo de pelo menos mil anos de experiências e baseado nos Livros da Lei. Nenhum outro livro apresenta um número de temas teológicos tão variado mais do que o livro de Salmos. Davi foi o maior salmista da bíblia e um adorador como nenhum outro. Ainda ouso dizer que pouquíssimos homens na bíblia conheceram o Eterno de forma tão profunda como Davi pela forma como viveu e pelas experiências que teve com o seu Deus.
            Enfim, o que o que faz de Davi um adorador tão excelente? E do livro de Salmos, o hinário de Israel, tão especial? A resposta é: A Teologia; o conhecimento que se pode ter de Deus. O que “Israel” e Davi escreveram não era superficial, mas teológico. Revelam de forma profunda, não superficial, o conhecimento, a compreensão que tinham do Eterno.
            Como Augustus fala em seu vídeo (veja o link ao final) o louvor tem se tornado um fim em si mesmo, louvor apenas pelo louvor. Mas o que o livro de Salmos nos mostra é que o louvor é uma consequência; consequência daquilo que conhecemos e experimentamos de Yahweh. E se não lemos a bíblia e não oramos, não conhecemos ao Eterno e experimentamos de um relacionamento com Ele, somos incapazes de um louvor que é profundo, verdadeiro e que agrada ao nosso Criador, que como os sacrifícios no AT “sobem como um cheiro agradável”, ou seja, alegram o coração daquele que é merecedor de toa glória, honra e louvor.

Sem teologia não tem louvor. Se não conhecemos aquele que é eterno e nos criou de forma tão maravilhosa que resplandecemos a imago dei somos incapazes de louvá-lo verdadeiramente.

Assista ao vídeo de Augustus Nicodemus: https://www.youtube.com/watch?v=eKQHg6oEO8I

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