Há
um tempo atrás passei por uma pequena crise interior para relacionar teologia e
música/louvor. Em meio as falácias musicais gospels atuais e a falta de uma
doutrina sobre o louvor tinha dificuldades para entender melhor o assunto. Mas
depois de um período me dedicando ao estudo desse assunto pude compreender
melhor sobre o louvor, seu lugar na igreja, e sua importância. E quando vi um
vídeo do Rev. Augustus Nicodemus pude entender de forma ainda mais clara sobre
isso.
E a pergunta é: Qual é base do
louvor?
“O teu perdão e teu amor, Senhor, são tão grandes como os céus. A tua fidelidade vai mesmo até além das altas nuvens. A tua justiça é sólida como as grandes montanhas. As tuas decisões são tão cheias de sabedoria como os oceanos que também estão cheios de água.” Salmo 36.5-6a
Vejamos este trecho do cap. 36 de
salmos. Mas ao invés de analisarmos o que ele diz sobre o Eterno vamos tentar
perceber o que ele nos diz sobre seu autor. É incrível a forma como o salmista,
Davi, descreve o Eterno nesse salmo. O autor compara o caráter de Yahweh às
coisas grandiosas da natureza. E a natureza na bíblia era vista como algo bem
mais divino e superior do que hoje. Por isso Davi descreve o caráter dEle como
sendo comparável às coisas divinas da natureza que com certeza não se podiam
mensurar na sua época. Prestemos atenção no conceito que o salmista tinha do
seu Senhor e a forma como ele expressa isso. Só alguém que conheceu o perdão, a
fidelidade, a justiça e a sabedoria do Eterno de forma profunda poderia
descrevê-los de forma tão viva e profunda como fez Davi ao expressar sua
teologia em forma de louvor.
O livro de Salmos foi um dos últimos
livros do Antigo Testamento a ficar pronto porque ele revela todo um
conhecimento teológico que Israel tinha de Yahweh, um conhecimento que foi
sendo formado ao longo de pelo menos mil anos de experiências e baseado nos
Livros da Lei. Nenhum outro livro apresenta um número de temas teológicos tão
variado mais do que o livro de Salmos. Davi foi o maior salmista da bíblia e um
adorador como nenhum outro. Ainda ouso dizer que pouquíssimos homens na bíblia
conheceram o Eterno de forma tão profunda como Davi pela forma como viveu e
pelas experiências que teve com o seu Deus.
Enfim, o que o que faz de Davi um
adorador tão excelente? E do livro de Salmos, o hinário de Israel, tão
especial? A resposta é: A Teologia; o conhecimento que se pode ter de Deus. O
que “Israel” e Davi escreveram não era superficial, mas teológico. Revelam de
forma profunda, não superficial, o conhecimento, a compreensão que tinham do
Eterno.
Como Augustus fala em seu vídeo (veja
o link ao final) o louvor tem se tornado um fim em si mesmo, louvor apenas pelo
louvor. Mas o que o livro de Salmos nos mostra é que o louvor é uma
consequência; consequência daquilo que conhecemos e experimentamos de Yahweh. E
se não lemos a bíblia e não oramos, não conhecemos ao Eterno e experimentamos de um
relacionamento com Ele, somos incapazes de um louvor que é profundo, verdadeiro
e que agrada ao nosso Criador, que como os sacrifícios no AT “sobem como um
cheiro agradável”, ou seja, alegram o coração daquele que é merecedor de toa
glória, honra e louvor.
Sem teologia não tem louvor. Se não conhecemos aquele
que é eterno e nos criou de forma tão maravilhosa que resplandecemos a imago dei somos incapazes de louvá-lo
verdadeiramente.
Assista ao vídeo de Augustus Nicodemus: https://www.youtube.com/watch?v=eKQHg6oEO8I
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