Números
é o quarto livro do Pentateuco, e narra a história da peregrinação de Israel
pelo deserto (que acabou durando 40 anos) iniciada no livro de Êxodo.
Certamente este não foi um período fácil. Afinal, viajar e acampar no deserto
com um multidão de aproximadamente 2 milhões de pessoas e seus pertences não é
nada simples. O fracasso da nação em confiar em seu Deus é o tema principal do
livro. E é a partir daí que mais uma vez vemos Yahweh mostrando-nos a glória de
seu caráter.
Mesmo
Yahweh cuidando e protegendo o povo das intempéries do deserto, ainda assim
eles resistiam confiar nEle. Por várias vezes reclamaram, e várias vezes Yahweh
os atendeu. Só em Números vemos o povo reclamando por causa (1) do caminho [11.1-3];
(2) dos alimentos [11.4-6]; (3) dos gigantes de Canaã [13.33-14.6]; (4) dos
líderes [16.3]; (5) dos juízos divinos [16.41]; (6) dos deserto [20.2-5]; (7) e
novamente por causa de alimento [21.5]. Ainda tinham a mesma mentalidade de
quando fugiram do Egito: pensavam como escravos, medrosos e incapazes. Mesmo
tendo presenciado as maravilhas que Deus fizera por todos a ideia que pairava
sobre a nação era de que voltar para o Egito era ainda melhor que viajar pelo
deserto. É nesse momento que vemos a caráter de Yahweh mais uma vez se
sobressaindo na história.
Por
várias vezes, por causa da rebeldia e ingratidão do povo, Yahweh quis castigá-los.
Em todas as vezes Moisés intercedeu pelo povo e Yahweh considerou em cada vez
dar mais uma chance ao povo. A palavra que melhor descreveria a pessoa de Yahweh neste
livro é misericordia. E podemos ver isso principalmente no episódio em que os
espias relatam ao povo o que viram na terra de Canaã.
A
terra era de fato muito bela e há via nela fartura. Porém, era bem fortificada,
o povo que nela habitava era bem armado e haviam gigantes na terra. Ao ouvir
isso todo o Israel se amedrontou, não confiaram no poder do seu Deus; acusaram-no
de tê-los conduzido para uma armadilha e queriam naquele momento voltar para o
Egito. Naquele momento quis o Senhor castigar severamente todo o povo. Mas
Moisés novamente se pôs entre Yahweh e o povo e intercedeu:
“Mas
agora, que a força do Senhor se manifeste, segundo prometeste: ‘O Senhor é
muito paciente e grande em fidelidade, e perdoa a iniquidade e a rebelião, se
bem que não deixa o pecado sem punição, e castiga os filhos pela iniquidade dos
pais até a terceira e quarta geração’. Segundo a tua grande fidelidade, perdoa
a iniquidade deste povo, assim como a tens perdoado desde que saíram do Egito
até agora". Nm
14.18-19
Moisés, apelando para a bondade,
paciência, longanimidade de Yahweh, cita uma fala que o próprio Deus falou em
Ex 34. Pede para que pela Sua misericórdia mais uma vez o povo seja poupado da
ira divina. E Deus, “que é riquíssimo em misericórdia”, responde a Moisés:
Disse o Senhor: “Conforme a tua palavra, lhes perdoei”. Num 14.20
Apesar de o povo ainda ter sofrido as consequências
de seu ato Deus ainda assim os livrou de uma condenação maior. Como o Eterno é
maravilho e demora a irar-se. Em louvor, neste momento, faço minhas as palavras
do profeta Jeremias, que valem para nós ainda hoje:
Graças ao
grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias
são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade! Lm 3.22-23
E por
causa dessa maravilhosa graça de Deus é que Seu filho foi enviado ao mundo para
morrer pelos nossos pecados. E hoje podemos ser alcançados pelo dom
incomparável da salvação em Cristo Jesus; nós que somos seres decaídos,
corrompidos pelo pecado e imerecedores de tamanho amor:
Todavia, Deus, que é rico em
misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com
Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são
salvos. Ef 2.4-5
Louvem a Yahweh pela sua
misericórdia, sem a qual não haveria esperança para este mundo mergulhado no
pecado; pela qual fomos alcançados pela salvação de Seu Filho. Prostremo-nos
arrependidos e busquemos a Deus que é misericordioso para nos perdoar os
pecados.
Shalom;
Maykon Renner.
- Bíblia de Estudos Thompson. Tradução de João Ferreira de Almeida, versão contemporânea.
- HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Editora Vida, 1983.
- HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Editora Vida, 1983.
- PINTO, Carlos O. C. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006.
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