sábado, 31 de outubro de 2015

É preciso continuar reformando e protestando na pós-modernidade



            A pós-modernidade (PM a partir de agora) é uma realidade do atual século que é praticamente desconhecida, ou mesmo negligenciada, por muitos, especialmente pelas igrejas; talvez as maiores afetadas pela pós-modernidade.
            A PM ainda não possui um conceito definido pelos filósofos, historiadores, sociólogos etc. Mas algumas de suas características são bem notáveis. Ela surgiu como uma mudança (ou melhor, descrença) do pensamento moderno, desconstruindo e reformulando vários dos conceitos considerados tradicionais da sociedade moderna. Em decorrência disso, uma de suas sua principais “marcas” é o relativismo acompanhado da ideia de pluralidade (que criou uma falsa ideia de tolerância). Além de uma forte influência teórica marxista.
            E a igreja? É fortemente afetada pela influência PM na sociedade. Tentarei listar aqui apenas algumas de suas consequências na esfera cristã.
  • Com o relativismo veio a ideia de que não existe uma única verdade, mas múltiplas verdades que vão variar de acordo com as culturas e filosofias de cada cultura. Cristo e o seu evangelho não são mais a verdade do mundo, apenas mais uma verdade (até considerada obsoleta) em meio à tantas outras verdades que circulam na sociedade; 
  • A compreensão da Bíblia ficou à mercê da verdade pessoal de quem a lê. Daí a dizerem que Jesus era socialista e Paulo, machista não faltou nada. O texto não possui mais autoridade como regulador da vida cristã. Passou a ser apenas um texto histórico sem validade para disciplinar os discípulos de Cristo; 
  • Surgiu também nas igrejas, militantes do socialismo, feminismo, ideologia de gênero... que leêm a Bíblia a partir de seus respectivos referenciais teóricos desconsideram a produção anterior de dois mil anos de teologia cristã. Tendo que aceitar as várias verdades que existem, a igreja tem ficado impotente para combater as múltiplas verdades anti-bíblicas que surgiram em seu seio; 
  • Conceitos bíblicos e importantes para a igreja, como o de pastor, cristão, igreja, evangelho, salvação... esvaíram-se pelas muitas distorções que sofreram pela influência do PM. Por exemplo: o pastor deixou de ser servo da Palavra para ser um psicólogo descolado (nada contra os pastores que são psicólogos); a igreja deixou de ser um lugar de contracultura para ser um lugar de conformismo e, às vezes, até, de sincretismo...
            De um modo geral esta tem sido a realidade da igreja pós-moderna. Não perceber esta realidade, desconhecê-la ou negligenciá-la tem trazido prejuízos para a igreja.
            Diante do exposto, afirmo ser necessária uma nova postura da igreja ante às implicações da PM. E, ao mesmo tempo em que é necessária uma nova postura, é preciso também retomar uma anteriormente já tomada, a postura reformada.
            Assim como na época da Reforma, estes são tempos de afastamento da doutrina bíblica. São tempos que exigem firmeza dos cristãos e de seus líderes em permanecer fieis à Bíblia. Muitos dizem que a igreja precisa de uma nova reforma, não é verdade. Precisa, sim, dar continuidade à Reforma iniciada por Lutero, permanecer Protestante contra essa realidade anti-bíblica e relembrar princípios fundamentais da Reforma, os cinco solas:
  1. Sola Scriptura (Somente a Bíblia como fonte de autoridade) 
  2. Sola Fide (Justificação somente pela fé) 
  3. Sola Gratia (Somente pela graça é que Deus nos salva) 
  4. Solo Christo (Somete Cristo é a salvação) 
  5. Soli Deo Glória (Glória somente a Deus)

Bom Dia da Reforma Protestante
Shalom;
Maykon Renner.

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