segunda-feira, 31 de março de 2014

Parte 3 - O Paganismo Na Igreja de Hoje

Figura 1:

Nesta terceira parte deste estudo (Influências Católicas Místicas e Pagãs no Protestantismo) abordaremos as influências pagãs, ou seja, traços do paganismo que estão presentes no protestantismo do séc. XXI.
Antes é importante sabermos que significa o paganismo, ou, “ser pagão”. A palavra pagão vem da palavra pagnus¹, do latim, e faz referência ao morador do campo, o camponês. Os camponeses por viverem da natureza, cultuavam divindades que estavam relacionadas a prosperidade do campo. Em termos religiosos, então, podemos dizer que o paganismo, originalmente, é o culto aos deuses ou forças da natureza. É um costume politeísta (não-cristão) e pré-judaico. Hoje, o termo, porém, é mais conhecido por religião que não batiza, ou simplesmente não-cristã.
As influências pagãs são mais antigas que as místicas e até bem anteriores também à Igreja Instituída. Do paganismo vieram algumas festas ou cultos: páscoa, finados, natal, quaresma. A páscoa entrou para o calendário cristão em meados dos séc. II e III d.C, advinda da cultura judaica e assimilada à ressurreição de Cristo. Mas a páscoa que conhecemos hoje é ainda anterior a essa. Vem do culto a uma deusa da terra, representante da fertilidade, e que é representada rodeada de coelhos e ovos (depois posso postar algo mais detalhado sobre isso, é bem interessante); posteriormente o chocolate foi adicionado à tradição. Posterior à pascoa surgiu a quaresma, que é um período de penitência e abstinência dos desejos da carne. Natal e finados foram agregados pela Igreja já depois do séc. IV, mas são de origem pagã. O natal é culto ao nascimento do deus sol, e alguns símbolos fazem parte desse rito como o pinheiro e a troca de presentes. Com a cristianização da data São Nicolau – Papai Noel como é mais conhecido – foi adicionado à data por ser um santo generoso. E finados é o culto aos mortos. Além dessas datas adicionou-se também o costume de materializar a fé, que também era um artifício do culto pagão; começaram então a adorar imagens de santos, e estatuetas de Cristo na cruz, por exemplo. Hoje é cum costume condenado no cristianismo, mas ainda tem gente que precisa de uma “ajudinha” pra cultuar a Yahweh.
Ao meu ver a prática, hoje, dessas festas não é tão nocivo, e podem até fazer parte do calendário cristão, desde que observadas alguma precauções; afinal de contas muita coisa hoje da sociedade veio do paganismo e a gente nem imagina. O uso da gravata é um exemplo, no entanto hoje é um componente importante da farda do crente - o paletó.
Ao participar dessas festas é importante ter a consciência de que seus elementos não são cristãos e não podemos associá-los a Yahweh ou a Cristo. Não sabe-se exatamente em qual dia ou mês Jesus nasceu, então não há problema festejar a esse acontecimento maravilhoso no dia 25/dezembro, e trocar presentes também é bom; só não podemos cristianizar essa data e determina-la como bíblica, ou achar que não poderia ser comemorada em outra época do ano; assim também a páscoa, não há problema em comer ovos de chocolate e presentear alguém com alguns(a não ser a gordura rsrsrs), já quanto a sua origem judaica quase nada sobrou de prática para nós hoje, e a ressurreição de cristo não é comemorada ao final da quaresma coincidindo com páscoa judaica no Antigo Testamento, que na verdade seria em torno de 14/abril. Já a quaresma e a data de finados merecem uma atenção maior. A quaresma é uma volta ao legalismo condenado pela bíblia (Gálatas) e ao ascetismo combatido por Paulo na sua época (Cl 2.20-22). E em Levítico 19.28 somos instruídos de que não podemos manter qualquer prática em adoração aos mortos, então se você reserva o dia de finados para ir ao cemitério visitar mortos meus pêsames é por você que ainda está vivo.
No mais, Paulo nos alerta em Cl 2.16:
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábado.”
Não podemos ser condenados por não praticarmos festas como essas, assim como também estamos livres de condenação se, e somente se, à luz da bíblia, essas festas não forem pecaminosas ou prejudiciais. Yahweh nos abençoe e nos dê sabedoria.

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¹ Fonte: Wikipédia

-Bibliografia Consultada: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos: Uma História da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2008.

-A Figura 1 é uma representação da inter-relação que há entre o espírito do homem e as forças na natureza como crido no paganismo.


Se ainda não viu, veja:
Parte 1 - O Processo de Institucionalização da Igreja
Parte 2 - O Misticismo na Igreja de Hoje
Parte 4 - O Catolicismo na Igreja de Hoje
Parte 5 - Conclusão: Uma Visão Crítica da Igreja de Hoje 



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