Nesta terceira parte deste estudo
(Influências Católicas Místicas e Pagãs no Protestantismo) abordaremos as
influências pagãs, ou seja, traços do paganismo que estão presentes no
protestantismo do séc. XXI.
Antes é importante sabermos que
significa o paganismo, ou, “ser pagão”. A palavra pagão vem da palavra pagnus¹, do latim, e faz referência ao morador do campo, o camponês. Os
camponeses por viverem da natureza, cultuavam divindades que estavam
relacionadas a prosperidade do campo. Em termos religiosos, então, podemos
dizer que o paganismo, originalmente, é o culto aos deuses ou forças da
natureza. É um costume politeísta (não-cristão) e pré-judaico. Hoje, o termo,
porém, é mais conhecido por religião que não batiza, ou simplesmente
não-cristã.
As influências pagãs são mais antigas
que as místicas e até bem anteriores também à Igreja Instituída. Do
paganismo vieram algumas festas ou cultos: páscoa,
finados, natal, quaresma. A páscoa entrou para o calendário cristão em meados
dos séc. II e III d.C, advinda da cultura judaica e assimilada à ressurreição
de Cristo. Mas a páscoa que conhecemos hoje é ainda anterior a essa. Vem do
culto a uma deusa da terra, representante da fertilidade, e que é representada
rodeada de coelhos e ovos (depois posso postar algo mais detalhado sobre isso,
é bem interessante); posteriormente o chocolate foi adicionado à tradição. Posterior
à pascoa surgiu a quaresma, que é um período de penitência
e abstinência dos desejos da carne. Natal
e finados foram agregados pela Igreja
já depois do séc. IV, mas são de origem pagã. O natal é culto ao nascimento do
deus sol, e alguns símbolos fazem parte desse rito como o pinheiro e a troca de
presentes. Com a cristianização da data São Nicolau – Papai Noel como é mais
conhecido – foi adicionado à data por ser um santo generoso. E finados é o culto aos mortos. Além
dessas datas adicionou-se também o costume de materializar a fé, que também era
um artifício do culto pagão; começaram então a adorar imagens de santos, e
estatuetas de Cristo na cruz, por exemplo. Hoje é cum costume condenado no
cristianismo, mas ainda tem gente que precisa de uma “ajudinha” pra cultuar a
Yahweh.
Ao meu ver a prática, hoje, dessas
festas não é tão nocivo, e podem até fazer parte do calendário cristão, desde
que observadas alguma precauções; afinal de contas muita coisa hoje da
sociedade veio do paganismo e a gente nem imagina. O uso da gravata é um
exemplo, no entanto hoje é um componente importante da farda do crente - o
paletó.
Ao participar dessas festas é
importante ter a consciência de que seus elementos não são cristãos e não
podemos associá-los a Yahweh ou a Cristo. Não sabe-se exatamente em qual dia ou mês Jesus
nasceu, então não há problema festejar a esse acontecimento maravilhoso no dia 25/dezembro,
e trocar presentes também é bom; só não podemos cristianizar essa data e
determina-la como bíblica, ou achar que não poderia ser comemorada em outra
época do ano; assim também a páscoa, não há problema em comer ovos de
chocolate e presentear alguém com alguns(a não ser a gordura rsrsrs), já quanto
a sua origem judaica quase nada sobrou de prática para nós hoje, e a ressurreição de
cristo não é comemorada ao final da quaresma coincidindo com páscoa judaica no
Antigo Testamento, que na verdade seria em torno de 14/abril. Já a quaresma e a
data de finados merecem uma atenção maior. A quaresma é uma volta ao legalismo
condenado pela bíblia (Gálatas) e ao ascetismo combatido por Paulo na sua época
(Cl 2.20-22). E em Levítico 19.28 somos instruídos de que não podemos manter
qualquer prática em adoração aos mortos, então se você reserva o dia de finados
para ir ao cemitério visitar mortos meus pêsames é por você que ainda está
vivo.
No mais, Paulo nos alerta em Cl 2.16:
“Portanto,
ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou de lua nova, ou de sábado.”
Não podemos ser
condenados por não praticarmos festas como essas, assim como também estamos
livres de condenação se, e somente se, à luz da bíblia, essas festas não forem
pecaminosas ou prejudiciais. Yahweh nos abençoe e nos dê sabedoria.
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¹
Fonte: Wikipédia
-Bibliografia Consultada: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos: Uma História da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 2008.
-A Figura 1 é uma representação da inter-relação que há entre o espírito do homem e as forças na natureza como crido no paganismo.
Se ainda não viu, veja:
Parte 1 - O Processo de Institucionalização da Igreja
Parte 2 - O Misticismo na Igreja de Hoje
Parte 4 - O Catolicismo na Igreja de Hoje
Parte 5 - Conclusão: Uma Visão Crítica da Igreja de Hoje
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