sexta-feira, 12 de março de 2021

Reflexões políticas em Ageu 2.20-23


A última profecia de Ageu é direcionada especificamente ao governador Zorobabel. Ele era descendente de Davi (Mt 1.12) e, portanto, herdeiro da promessa feita por Deus de manter um descendente davídico no trono de Israel. Nesta profecia Deus promete destituir todos os governos da terra e levantar um governo único, messiânico e eterno. No entanto, sabemos que que isso não se aplica diretamente a Zorobabel e a seu tempo, mas a Jesus Cristo e ao estabelecimento pleno de seu reino na ocasião de sua Segunda Vinda.

Além do grande significado teológico desta passagem ("A esperança cristã resulta da certeza do estabelecimento futuro do Reino de Jesus Cristo"), ela possui importantes implicações políticas, por se tratar do estabelecimento de um novo governo. Implicações que são bastante relevantes para os dias atuais e que quero detalhar a seguir.

1. Primeiro, é importante que o crente perceba que nenhuma estrutura política desse mundo corresponde, ou representa o modelo de governo que Deus estabelecerá em Jesus Cristo. Naquele momento Deus fará algo único. Ele promete fazer "tremer" os céus e a terra. Ou seja, Deus iniciará com o governo de Cristo algo completamente novo, uma nova era. As estruturas que conhecemos serão abaladas. O que nos leva ao segundo ponto...

2. É importante que o crente saiba que os poderes políticos deste mundo também não subsistirão. Governantes, presidentes, a hegemonia política de nações, nada disso restará quando o governo Messiânico for estabelecido. Todas as autoridades tendem à ruína, ao colapso, porque Deus os destituirá e porque eles mesmos se destruirão uns aos outros. O Reino Eterno não será estabelecido por nenhum poder político desta era. E o ponto seguinte é um desdobramento deste...

3. Nenhum político, ou nação pode reivindicar para si o privilégio de "governar em nome de Deus", ou agir "em nome de Deus", ser "representante político da igreja" e muito menos de Deus. E em hipótese alguma a Igreja deve igualmente tentar eleger governantes assim. Há uma grande diferença entre governar com princípios que sejam bíblicos e ser o "escolhido de Deus" para estabelecer a justiça. Esse privilégio só cabe ao Senhor Jesus, o Messias de Deus. Ele é o escolhido de Deus para esse momento, foi ele que Deus elegeu como seu "anel de selar", aquele por meio de quem a autoridade divina será plenamente estabelecida no mundo.

Em fim, a esperança última do cristão deve ser no governo que será estabelecido pelo nosso Senhor Jesus no momento da sua segunda vinda; e não, nunca, em governos frágeis, passageiros e destituídos de autoridade divina, desta era. Muitos tem levantados seus bezerros de ouro, seus baais e canditados messiânicos. Num país politicamente instável, as implicações desta mensagem de Ageu é a importância de a Igreja direcionar corretamente sua esperança política de um governo bom e justo para o seu eterno Rei Jesus.

Shalom;
Maykon Renner.

Um comentário:

  1. Excelente!!! Mas se escolhermos um governo onde tem seus princípios longe do Cristianismo, será pior para todos, principalmente para cristãos, para a Família em sí.

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